Resumo do Audax Floripa 2010, uma prova contra o relógio, uma prova de longa distância na qual você tem 13:30 hs para realizar um trajeto de 200 quilômetros.
Acordamos na madrugada de sábado, fomos em três Eu, Marcelo Castro(Marcelão) e Fernando Inada(Japinha), saímos de Maringá depois da 4 hs da manhã e chegamos em Florianópolis exatamente as 15:30.
Esperamos por nossos anfitriões, no caso do Marcelo e Inada, pelo Pereira e eu pelo Jhonas Marcelo meu primo. Logo o Pereira já chegou e de bike, coisa que não estava programada, assim o Marcelo e o Inada logo já pedalaram mais de 12 km até a Praia do Campeche, onde iam pernoitar. Um pouco depois o Jhonas Marcelo também, à noite nos encontramos na Associação dos Engenheiros para a entrega do devido kit e jantar, o qual eu e o Jhonas chegamos atrasados devido a um compromisso festivo antes.
Acertamos de nos encontrar na concentração e ainda escuro todos nos encontramos lá por volta de 5:50 hs. O clima ali é só de festa, é muito legal ver tanta gente ali querendo pedalar e enfrentar aquele desafio, gente de todo o estado e de outros também, no nosso caso Paraná, acredito que éramos os mais distântes dali. Bicicletas e equipamentos conferidos, depois de uns 15 minutos de atraso é dada a largada, por sinal muito tranquila, foram aproximadamente 10 km acompanhados por batedores da Polícia Militar e Organização.
RELATO AUDAX 2010:
LARGADA-PC1 - (Nhec nhec de uma bike)....Bom este trecho foi bem relativamente tranquilo, fizemos aproximadamente 10 km com batedores e em São José se dissipou a turma, procurei ficar junto com o Japa e o Jhonas Marcelo, mas logo o Jhonas colou num pelotão da frente e foi embora, achei que o Japa ia junto mas não conseguiu escapar, assim fomos juntos, ora pegava carona em um pelotão ora em outro...Percebi que o pneu da bike estava um pouco murcho, paramos e calibramos manualmente, tomara que não tenha furado, pensei eu, mas deu pra ir daquele jeito. Logo que voltamos para a ilha encostou uma ciclista com uma bike barulhenta um nhec nhec que deixa qualquer um irritado...quem anda de bike sabe como é chato esse barulho, eu estava incomodado, até que de tanto secar a moça, caiu alguma coisa da bike dela....hehehe...eu e o Japinha disparamos a frente...alívio.
Nessa primeira parte passamos dentro da base aérea de Floripa, muito legal, caminho plano e no meio do mato, disseram que logo no final era o PC1, aff....era uns 5 km depois e ainda por cima uma subidinha daquelas, já depois de 60 km as pernas já estão cansadas, além disso eu sentia um pouco a coxa esquerda, amenizada por 2 comprimidos analgésicos no sábado, talvez não terminasse senão tomasse os comprimidos.
Chegamos ao primeiro PC, demoramos para carimbar o brevet, havia esquecido, perdi uns 15 min., achamos que o Marcelão ia demorar uma meia-hora, ledo engado, foi o Japa falar que ele apareceu, nos surpreendeu.
PC1 - PC2 - (Dois erros e o primeiro empurra bike) Saí na frente do Japa e o Marcelo, pois como o Jhonas meu primo recomendou, é bom procurar aumentar ao máximo possível o ritmo no começo, para se resguardar para o final, assim colei em um pelotão 5 bikers, um pessoal de Floripa mesmo, chegamos a conversar um pouco e trocar algumas idéias, ali um pouco de vento contra, assim andar em grupo sempre ajuda, melhora bem a resistência, fomos em direção ao Norte em Pântano do Sul e voltamos pelo Campeche, Lagoinha Pequena, nesse meio andei junto com o dono da Portobello Shopping, onde foi a largada, conversamos um pouco, estávamos num ritmo mais lento, ele me dissera que iria só até o 100 km, não tinha forças para o final, nisso o Marcelão mais uma vez surpreendeu vinha com força total passou brincando, ele e o Japinha, peguei carona com os dois até uma parada para Água de Coco, percebi que o pneu da bike estava muchando de novo, dei uma calibrada com a bombinha e parti antes dos dois, nesse trajeto errei duas vezes, mas foram apenas pequenos erros, o pior deixa pro final, no segundo erro passou o Japa e o Marcelão vuando de novo, foi embora. Nesse trecho os ciclistas se dispersam muito e às vezes você está sozinho, aí bate um desespero e vc pensa que está errado, tem que ficar perguntando para os pedestres...chegava o meio-dia, o sol escaldante, o cansaço pegou pra valer, percebi que me esforçava demais e resolvi parar em um posto e calibrar o pneu, até que melhorou. PC2 nunca chegava, a passagem na Lagoa foi extremamente difícil, resolveu dar uma fisgada na panturrilha, eu que nunca tive cãibras, seria hoje, aí aliviei bastante, e pra melhorar a duas piores subidas do trajeto antes do PC2, o Japa também sentiu um pouco a panturrilha e encontrei descançando numa sobra, não titubiei, desci da bike e empurrei na duas subidas até o PC2, ali foi muita água, coca, banana, pão, bolacha, maça...tava regado o PC, muito bom, parabéns pra organização.
PC2 - PC3 - (Cheguei ao PC3 !! que nada )
Com a mesma tática de antes, parti primeiro que os dois, pois percebi que estava em pior condição que o Marcelo e Japa, uma baita descida que quase atropelei um açoriano no final se não fosse eu dar um tremendo grito pro cara, ritmo ao Norte, estrada muito bonita, no meio de uma floresta de pinheiros por quase uns 10 km, logo chega ao Rio Vermelho, nesse ponto passa o Pereira e o Dudu com sua bike Peugeot, o Pereira é um senhor de mais de 50 anos parecido com o Raul Seixas e que ajudava a todos no trajeto, me passou várias vezes, pois sempre estava dando uma mãozinha a alguém, ele é figura carimbada em Florianópolis e nos Audax's, já o segundo desse ano, ele brevetou no Paraná.
Chegávamos no Costão do Santinho, e o Marcelão deu as cara de novo, me passou brincando, algumas vezes o trajeto passava ida e volta na mesma rua ou avenida e quando a gente via os outros retornando era pior ainda, pois você fica pensando que está lá em último, mas na verdade sempre tem gente pra trás, inclusive o Japinha que errou o caminho numa curva que eu também quase errei, só assim pra eu ficar na frente.
Essa etapa foi sem dúvida a pior, pernas doendo, bunda, calor, exaustão a toda prova, e o que vinha em mente só era o PC3, e não chegava e o outros retornando, batia um desespero, quando então pronto avistei o PC e cheguei....que nada, teria que fazer um retorno logo adiante até na Praia da Lagoinha por volta de 5 a 7 km, naquela hora todos moídos foi o pior trecho da Prova, vários bikers exaustos, esbugalhados, com cãibras, via-se de tudo neste PC. Pra variar nossa turma se encontrou de novo ali, além do Pereira e Dudu. E eu como sempre sai na frente e vazei.
PC 3 - PC4 CHEGADA ( Erro fatal - meu brevet foi de 220 km)
Saindo do PC3 percebi que o pneu de novo havia murchado, voi eu parar novamente em um posto, mas o calibrador estava com defeito, sigo então daquele jeito mesmo, logo o Japinha me alcança, tiramos uma foto juntos e parti rumo a Jurerê Internacional, vem o Marcelão que havia saído uns 5 min depois e me passa, tento apertar mas não dá, encontrei outro posto e calibrei o pneu novamente e logo aparece o Japa e não é que ele tinha errado de novo, no trevo de Jurerê passou reto, resolvemos seguir junto, enfim o sol baixou e melhorou bem a situação, mesmo assim estava muito cansado, na verdade mais eram as pernas que não obedeciam tanto, além de no começo desse trecho as palmas da mão incomodar bastante. Rumamos finalmente para o sul e estrategicamente paramos em um ponto de ônibus para descançar, pois senti que quando damos um repouso ao corpo, revigora as energias e não queria complicar para o final, lembrando que é muito importante a reidratação e alimentação nessas provas, visto que colocamos nosso corpo a toda prova, graças aos Gels , banana, paçoca e barrinha de cereais, creio que sem eles ficaria complicado.
Bom entramos na parte final e por sinal uma das mais bonitas, passamos por povoados tranquilos de pescadores, Santo Antonio de Lisboa, Cacupê e João Paulo, o Japa ficou tirando umas fotos a mais e eu fui adiante, aí foi um sobe e desce sem parar, até que encontro o Marcelão no empurra bike, travou nas subidas, mas a chagada estava perto.
Segui em frente e disparei um sprint final, no ritmo que a perna aguentava, quando passei perto de uma passarela e desviei a entrada de uma ciclovia, como havia uma escrita amarela no chão, mas não vi a seta, achei que era só seguir pela Ciclovia e aumentei ainda mais meu ritmo, e pensando! Nossa nem imaginava que chegaria na frente dos dois parceiros e fui indo pela Av. Beira-Mar, foi um erro fatal, ninguém aparecia nem a frente e nem atrás, mesmo assim vou pedalando e não chega, quando havia andado uns 10 km a mais, resolvi voltar, pensei ou eu topo com alguém ou realmente errei, foi a segunda alternativa, teria que ter passado por cima da passarela e ainda faltavam uns 5 km...que besteira, naquele momento nem sentia mais minhas pernas, acho que se tivesse mais 100 km andava ou caía duro no chão. Bom foi mais um aprendizado, acima de tudo força e superação e resistência, mais um desafio pessoal realizado.
Ponto de Concentração na Largada e também seria a chegada, foram quase 250 inscritos, além de muita gente não inscrita acompanhar o trajeto, um pouco de desorganização no começo, mas nada que pudesse tirar o entusiasmo da moçada, partimos às 6:15 hs da manhã.
Trajeto na Av. Beira Mar, ainda nesse ponto estávamos sendo escoltados pelos policiais, pouco antes ainda haviam vários jovens curando a ressaca da noite na beira mar, dois desses jovens passaram fazendo algazarra por perto do pelotão.... logo adiante a Polícia enquadrou os dois e já viu né...tomaram um tremenda vaia... Logo depois da ponte o pelotão se dispersou, eu, Jhonas e o Japa procuramos nos manter em grupo, na foto mostra o pessoal de vermelho a frente, foram esses os escolhidos, mas......eu e o Japa ficamos, Jhonas Marcelo continuou com eles, mas com o equipamento que ele estava, sobrava na prova, um MTB Sundown MT1 Carbono recém adquirida....vôou em Florianópolis
Bicicleta número um, era o Luiz Faccin, ele havia para para algumas fotos.....Com certeza Brevet 200 de Florianópolis é um dos mais bonitos em termos de paisagens, realmente é de cair o queixo, não é a toa que é uma cidade muito procurada por pessoas aposentadas para viver.
Mais paisagens, mas não de Florianópolis e sim de São José que fica no continente, passamos alguns kilômetros dentro da cidade, justamente na parte velha
Bicicleta do Faccin, apenas uma marcha....aja perna....mas o cara já tem mais de 5000 km de Audax Randonnée...é uma fera dos audax....ele estava parado em uma pintura protesto por mais ciclovia e um ciclista morto.
Olha aí eu e o Japa fotografado por Luiz Faccin, e um reclinável logo atras, segundo o Marcelão havia duas reclináveis e foram muito bem, pois essas bikes não são apropriadas para subida, como nesse Audax tinha poucas subidas eles fizeram tranquilamente.
Marcelão descançando, olha a cara de 'alegria', nesse ponto estávamos no PC 3, na opinião de quase todos foi o pior trecho, entre o PC2 e PC3, pois pegamos o sol do meio-dia até as 3 hs da tarde, onde o sol castigou muito. Mas uma coisa que nos deixou abismado foi a performance do Marcelão, foi muito bem...sempre me deixando pra trás. Longa distância é com ele mesmo, também ali tem muita caloria de reserva.
Luiz Faccin ficou tão fã dos nossos amigos, que exigiu tirar uma foto com dois astros, um do cinema e outro da música .... apresentando Fernando "Jack Shan" e "Raul Seixas" Pereira.
Corrigindo; a Outra reclinada é minha, eu não completei. Abandonei a prova no Km 85. Ano passado eu completei a prova, em 13:11.
ResponderEliminarAinda não fiz meu post sobre o audax desse ano, acho que nem do ano passado ainda, vou ver se edito essas coisas pra linkar tudo, e Parabéns pelo Brevet !!
http://marcelovarda.net
Amigos de Maringa: parabens a todos esos paranaenses, mis saludos y um gran abrazo a Marcelo. Jorge Luis Rovetto
ResponderEliminarOlá,Andre!Eu sou a moça que vc secou e fez cair minha maquina fotografica....realmente qdo peguei minha BK de manha ela estava fazendo um barulho mto estranho apesar de ter REVISADO ela (é claro!) e a testado na sexta, mas naqueles primeiros KM fiquei rezando p aquele barulho irritante nao me tirasse da prova. Depois até os ciclistas bem humorados começaram a brincar que estava passando a pipoqueira (pelo barulho!).Felizmente minha BK aguentou firme e forte até o final,assim como eu e minha vontade de conquistar o brevet.Pena ter te incomodado!Mas o espirito de companheirismo e amizade é um dos requisitos do Audax!Boas pedaladas p vc!
ResponderEliminarÉ isso aí Lia....o que seriam os pedais sem histórias pra contar e sem problemas, não teria graça nenhuma...parabéns pelo seu brevet também...ano que vem estamos de volta...abraços
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